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Como auditar um projeto de linha de vida

O Anexo II da NR 35 – Sistemas de Ancoragem determina o que deve ser feito para a elaboração de um projeto de Linha de Vida e Ancoragem, quer seja definitivo ou temporário.

Também existe a NR 18 no âmbito da Construção Civil que estabelece, ao desenvolver o PCMAT, a inclusão dos projetos de proteção coletiva, entre eles a Linha de Vida.

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Orientações para Elaboração do Projeto de Linha de Vida

Retenção de Queda ou Restrição de Movimento

Inicialmente, é importante classificar o projeto de Linha de Vida e Ancoragem como retenção de queda ou restrição de movimento. Este critério defini o esforço inicial para o dimensionamento da Linha de Vida e o Sistema de Ancoragem .

ZLQ deve ser considerado nos projetos de linha de vida.

Classificação do Sistema de Ancoragem

O cabo de aço é muito utilizado para a confecção de Linhas de Vida. Porém, existe uma série de características e técnicas de aplicação que são negligenciadas pelos instaladores, quando não possuem a devida qualificação.

E ao observar o memorial de cálculo desses projetos, desenvolvidos sem a devida expertise no assunto, é notório os equívocos das especificações dos dispositivos de ancoragem (bitola do cabo de aço, quantidade de grampos, tipo de esticador, pontaletes, barra roscada, absorvedor de energia, etc).

A própria “ABNT NBR 16325 Proteção Contra Queda de Altura” esta divida em duas partes, devido as considerações necessárias dos projetos que utilizam cabo de aço.

Os projetos de linha de vida devem considerar as classificações de ancoragem da NBR 16325
Tipos de ancoragem conforme classificação da NBR 16325

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Esforços e Reações no Sistema

A Parte II desta NBR 16325 trata justamente as particularidades e complexidade dos sistemas de ancoragem confeccionadas com cabo de aço, caracterizada como tipo C – linha flexível. Ao observar os esforços gerados na decomposição de uma força de referencia de queda equivalente a 6 kN no ponto mais crítico da linha de vida, concluímos que os esforços transmitidos pelo cabo de aço, até as ancoragens de extremidade, podem facilmente superar os 30 kN, em determinadas situações.

Os 6kN é o valor padrão para a força de retenção de queda recomendado pelas normas nacionais e internacionais, como exemplo: EN 353-1, ISO 10333-3 (2000), NBR 16325, NR 35, NBR16489, etc.

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Em alguns projetos, observamos que os engenheiros aplicam, para o dimensionamento do sistema, apenas o peso do trabalhador, adotando um valor estimado entre 80 à 100 kgf. Dessa forma, não está sendo considerado a energia adquirida pelo corpo do trabalhador durante a queda, até o momento em que o sistema de proteção será acionado para frear, absorvendo essa energia, transmitindo o impacto para as ancoragens intermediárias e de extremidade.,

Elementos Básicos de Cabo de Aço

 

A sapatilha é um elemento de proteção que evita a deformação do cabo de aço, além de proteger do desgaste causado pelo atrito provocado pelo contato direto com a ancoragem e o contato com partes dos equipamentos. Ela evita o desgaste mais suscetível ao rompimento que consequentemente evitará o acidente.

 

Deve-se verificar a quantidade mínima de clips para travamento do olhal e respeitar a distância entre os mesmos. Esta terminação terá eficiência de 70% da carga de ruptura mínima do cabo de aço.

 

Outro erro bastante comum é a utilização de esticadores de cabo de aço do tipo olha gancho. Durante uma eventual queda, na absorção da energia pela deformação elástica do cabo de aço e possivelmente da estrutura, o gancho pode se desconectar com facilidade, ocasionando a queda do trabalhador. Devemos sempre optar pelo esticador manilha manilha.

 

Para auxiliar na auditoria de Projeto de Linha de Vida e Ancoragem, a Ranger SMS com a sua equipe de engenharia formada por Felipe Duarte e Luís Eduardo, desenvolveu uma planilha para auxiliar neste trabalho e está disponível para download.

 

Eduardo Wiechoreck

Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho, responsável pelo desenvolvimento de projetos de linha de vida e ponto de ancoragem da Ranger SMS.

Este post tem 3 comentários

  1. Felipe Duarte

    Excelente postagem Eduardo Wiechoreck.

  2. Luiz Bruno

    Bom dia Eduardo,

    Li seu artigo, mas tenho dúvidas quanto a força de referência de 6 kN que você citou como referência:

    “Os 6kN é o valor padrão para a força de retenção de queda recomendado pelas normas nacionais e internacionais, como exemplo: EN 353-1, ISO 10333-3 (2000), NBR 16325, NR 35, NBR16489, etc.”

    Na NBR 16.325-2 cita em seu item 4.4 cita cargas de ensaio estático, dinâmico e de integridade e as forças de ensaio nem de perto é de 6 kN (entendo que está força é que a que o corpo humano suporta) e que para projetos e auditorias de projetos temos que levar em consideração as cargas de ensaios.

  3. Odenis Mesquita

    Parabéns Eduardo ótimo artigo

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